Sustos curam soluços?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O nosso cérebro está a encolher!

De acordo com a France Presse, que cita trabalhos científicos recentes, ao longo de 30.000 anos o volume médio do cérebro do Homem moderno diminuiu cerca de 10 por cento, de 1.500 para 1.359 centímetros cúbicos, o equivalente a uma bola de ténis. 


Segundo alguns antropólogos, tal redução não é assim tão surpreendente, na medida em que quanto mais forte e musculado mais tempo leva a inteligência a controlar essa massa. O homem Cro-Magnon, que pintou as paredes da caverna de Lascaux há cerca de 17.000 anos, foi o Homo sapiens com maior cérebro.

Partiu do princípio de que uma maior concentração humana era importante, pois haveria maior intercâmbio entre grupos, maior divisão de trabalho e interacções mais ricas entre os vários indivíduos. O investigador constatou igualmente que o tamanho do cérebro diminuía quando a densidade populacional aumentava.

"De facto, na emergência de sociedades mais complexas, o cérebro humano tornou-se mais pequeno porque os indivíduos não têm a necessidade de tanta inteligência para sobreviverem, são ajudados pelos outros", explica David Geary à agência France Presse. Contudo, esta redução do cérebro não quer dizer que os homens modernos são mais idiotas do que os seus ancestrais.

5 comentários:

  1. Olá,
    Quer dizer o que então? Talvez, baseando-se na justificativa exposta, "os ajudados" possuiriam o cérebro menor do que aqueles que os ajudam? Frente a afirmação de que os "indivíduos" não necessitam de tanta inteligência para sobreviverem porque são ajudados pelos "outros". Quem seriam estes "outros"? Porém, se estes "outros" estariam em "ação" em função dos ajudados,logicamente ainda inseridos no mesmo sistema de intercâmbio de grupos, na mesma divisão de trabalho e de interações mais ricas entre vários indivíduos!? Dentro desta lógica não teriam estes "outros" o cérebro maior do que os "ajudados"? Por outro lado,o termo "outros" utilizado por David Geary pode estar sugerindo as novas tecnologias que estão a simplificar cada vez mais o dia a dia do homem contemporâneo, o que o levaria a utilizar menos força, mas não menos inteligência, pois necessita operá-las, e quando o faz,constantemente as recria, e se as recria, subtende-se também a capacidade de criar que está ligada ao exercício e uso do cérebro e milhões de sinapses que operam em detrimento do desenvolvimento de muitas outras habilidades e capacidades mentais, ligadas à inteligência.
    Interessante esta pesquisa, suscita muitos questionamentos e reflexões.
    Abraço

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  2. Oi,
    Ainda, "...se o tamanho do cérebro diminuía quando densidade populacional aumentava",...Isto exigiria um maior envolvimento de todos para atender às demandas. Ex. No super habitado Planeta Terra, exige-se contrariamente, um maior uso da inteligência, ou seja, mais pesquisas em saúde, educação, etc. Logo, penso que esta pesquisa não poderia se restringir ao domínio da Antropologia, somos muito mais o que isso.

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  3. Penso que quando David Geary diz "outros", se refere tanto à sociedade humana como à tecnologia. Por um lado temos uma sociedade onde cada um ocupa o seu lugar fundamental, desenvolvendo um trabalho mais específico. Assim, nenhum de nós necessita, efectivamente, de ter um sem número de capacidades para conseguir sobreviver. Algo que podemos tirar daqui é, também, que os "ajudados" são ao mesmo tempo os "outros". Por outro lado temos a tecnologia que, quanto mais desenvolvida, mais facilmente nos dá respostas, pelo que não nos é necessário tanto esforço mental.

    Um órgão ou uma parte de um organismo que não deixa de ser exercitada, normalmente, atrofia ou diminui de volume. O facto de na nossa sociedade cada um de nós desempenhar um papel cada vez mais específico (consequente do desenvolvimento tecnologico-científico e populacional), faz com que as capacidades cerebrais sejam concentradas mais em algumas zonas,e não exercitadas noutras, já que acções/capacidades diferentes implicam locais do cérebro também diferentes.

    Podemos ainda ver isto de outra perspectiva: a diminuição de volume como consequência do aumento da eficácia e capacidade do nosso cérebro. Por exemplo, o cérebro dos homens é, em média, um pouco maior que o das mulheres, dado aos seus 4 bilhões de neurónios a mais. Ora, tanto as mulheres como homens apresentam as mesmas capacidades mentais, uma vez que, com um número de neurónios diferentes, conseguem desempenhar as mesmas actividades.

    Poderíamos lançar aqui uma série de questões, tanto relativas à notícia publicada, como aos comentários feitos (o que nos agrada, enquanto administradores do blog para dar alguma dinâmica). O corpo humano é uma máquina bastante complexa que ainda estamos a descobrir!

    Abraços e obrigado pelo comentário ;)

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  4. Muito interessante essa discução, visto que usamos somente 10% da nossa capacidade cerebral e de tanta tecnologia que nos afeta á cada dia a tendencia é essa mesmo , mas isso não significa que seremos individuos menos capazes mentalmente.

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  5. Nós usamos, na realidade, perto de 100% do nosso cérebro. A ideia de que usamos apenas 10% é um mito ;)

    A tecnologia reduz por um lado a nossa necessidade de conhecimento, como, por outro, o estimula (por exemplo: jogos informáticos).

    Mas claro, a redução do volume do cérebro não significa uma diminuição de capacidades mentais ;)

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